«DINA E DJANGO», DE SOLVEIG NORDLUND

Auditório da Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Data: 
Ter, 23/04/2024
Horario: 
21H30
Estado: 
Inscrições em curso






Com Rui Cardoso Martins

«Se há filmes em que a Revolução de 1974 é um eco em pano de fundo, este é certamente o mais literal desses exemplos. Na versão remontada por Solveig Nordlund em 1998 essa dimensão – a terceira do filme, para recorrermos a um termo então empregue pela realizadora – é sublinhada com a utilização de imagens documentais do 25 de Abril, intercaladas com a história de Dina e de Django, a partir de determinado momento do filme, logo depois de a patroa dar a notícia do golpe de Estado à Sra. Ana, abraçando-a efusivamente. Na versão publicamente conhecida até 1999, a presença dos acontecimentos da Revolução, a decorrer a par da ficção, era dada exclusivamente através de elementos sonoros em off. Agora, não que o sentido do filme se adense ou adquira outra espessura, mas através da montagem paralela sublinha-se esta perspetiva, acentuando-se, também, a solidão destes heróis dominados pelas frases dos livros de cordel, sem causa que não a sua, capazes de imunidade em relação ao exterior mesmo tratando-se de um momento de exceção.» (Excerto inicial da nota de apresentação de Maria João Madeira, Cinemateca Portuguesa)

Ano: 1981
Duração: 73′

Solveig Nordlund nasceu em Estocolmo, Suécia, em 1943, tendo vivido e trabalhado inicialmente em França e posteriormente em Portugal, com Alberto Seixas Santos, com quem casou. Começou a sua carreira como montadora de Manoel de Oliveira, Alberto Seixas Santos e João César Monteiro. Com o Grupo Zero e o teatro da Cornucópia, e com o apoio da RTP, realiza quatro filmes a partir das encenações de peças teatrais. «Dina e Django» (1981) é a sua primeira longa-metragem. Dos filmes que se seguiram, podemos destacar «Aparelho Voador a Baixa Altitude» (2001) ou «A Morte de Carlos Gardel» (2011), ou o documentário com Lobo Antunes, «Escrever, escrever, viver» (2009), a entrevista aos escritores J. G. Ballard, «The Futur is Now» (1998) e Marguerite Duras, com o mesmo nome (1993). Como produtora, para além de o Grupo Zero, fez parte de Torromfilm (Suécia), Cine-qua-non e Âmbar Filmes.

Rui Cardoso Martins é escritor, argumentista e professor universitário. Duas vezes Grande Prémio da APE em romance (Deixem Passar o Homem Invisível, 2009) e crónica (Levante-se o Réu, 2016). Nomeado para o Leão de Ouro do Festival de Veneza com o filme «A Herdade», de Tiago Guedes, tendo trabalhado em «Mal Viver/Viver Mal», de João Canijo, Urso de Prata de Berlim. Co-autor das séries «Sul», «Causa Própria» e «Matilha». Escreveu a peça Última Hora.



Entrada gratuita sujeita à lotação do espaço.
Bilhetes disponíveis nos balcões do Museu e Bibliotecas do Porto, 48h antes da sessão. Limitado a 2 bilhetes/pessoa.



publicoalvo: 
Público em geral