Curso Breve | O Lugar da Leitura na Era Digital

Biblioteca Municipal Almeida Garrett
Data: 
de Seg, 03/04/2023 a Ter, 18/04/2023
Horario: 
18H às 20H
Estado: 
Inscrições em curso






SINOPSE

Num tempo em que, como vem sendo provado e comprovado, autores como Michel Desmurget em A Fábrica de Cretinos Digitais (ed. Contraponto, 2021) ou Bruno Patino em A Civilização do Peixe Vermelho (Gradiva, 2019), ou, antes deles, pensadores como Emil Castoriadis (A Ascensão da Insignificância, Bizâncio, 2003, 2ª ed. 1967) e Umberto Eco (Não Contem com o fim dos livros, Gradiva, 2016), entre tantos outros, têm constatado e avisado pais, professores, educadores e políticos, gestores e outros decisores em diversos sectores do mundo do trabalho quanto aos perigos da revolução digital, impõe-se pensar o lugar do livro numa época em que o livro é o parente pobre dos media. Inquéritos recentes confirmam o que todos observamos: os mais jovens não leem. Por volta dos 12, 14 anos, a criança que leu rapidamente se afasta do mundo dos livros porque o tablet se transforma no seu melhor amigo. A fetichização da tecnologia, o ChatGPT, a nova Minerva, conduz os estudantes do Secundário ou do Superior a que tipo de conhecimento? O excesso de informação significa um conhecimento sólido? De que leituras se faz hoje a adolescência? Como reconquistar para a magia da leitura e do livro?

Estas e outras questões serão colocadas, de modo a pensarmos juntos a função do professor, do bibliotecário, do livreiro, dos pais junto das crianças, dos adolescentes e dos estudantes em geral até ao Ensino Superior.

1.ª sessão

Apresentação do programa; comentário da bibliografia. Problema 1): Diagnósticos da crise da leitura (que não do livro) do texto literário complexo; as teses de Michel Desmurget e de Bruno Patino; Problema 2): Vítor Manuel de Aguiar e Silva e as 10 teses sobre a centralidade da literatura e da poesia no ensino.

2.ª sessão

Problema 3): O livro, esse objeto estranho. Análise e comentário a um livro de Gil Jounard, Do Livro e Da Cultura (Gradiva, 2013): contra o “populismo cultural” e o livro como “objeto de sentidos e de pressentimentos que veicula o melhor que a humanidade tem a propor a si mesma.” Problema 4): o caso português: uma ideia de David Mourão-Ferreira sobre a leitura e a literatura. Uma tese de Manuel Gusmão: que pode a literatura no nosso tempo?

3.ª sessão

Problema 5): As bibliotecas e as livrarias: o papel central do bibliotecário e do livreiro- quando as bibliotecas e as livrarias devem ser e podem ser lugares de verdadeira dinamização da leitura não da moda, mas do que é difícil – e por isso fascinante. Dois casos práticos: a Biblioteca de Beja e a revista Rodapé, 2000-2004 ou “Numa cidade acordada, Uma biblioteca sem sono”; Problema 6): o caso da Biblioteca de Torres Novas: a importância dos cursos de formação geral para a comunidade leitora ou como converter os não-convertidos.

4.ª sessão

A Escola hoje: o livro na sala de aula e a questão do digital. Alienação e agitação, ou o regresso à leitura silenciosa como arma contra a velocidade do nosso tempo; Problema 7): “A velocidade é a loucura” (P. Valery). Problema 8): o professor de português e o livro: amar a literatura é combater as desigualdades e defender o futuro – ou do livro como esperança (George Steiner).


António Carlos Cortez é poeta, professor, investigador, ficcionista, ensaísta e crítico literário. Tem colaboração permanente no Jornal de Letras, onde assina a coluna de crítica de poesia “Palavra de Poesia”, desde 2002; é colaborador do Diário de Notícias. Escreve para revistas da especialidade, sendo colaborador da Colóquio-Letras da Fundação Calouste Gulbenkian. Publicou mais de 15 livros de poesia, tendo sido agraciado com os Prémios Sociedade Portuguesa de Autores (2011); Grande Prémio de Poesia APE/Teixeira de Pascoaes (pela edição de A Dor Concreta – antologia pessoal, 2017); Prémio Nacional de Poesia Ruy Belo (pela edição de Jaguar, em 2020); Prémio Nacional António Gedeão/FENPROF (também atribuído a Jaguar) e, em 2022, o Grande Prémio de Poesia APE/Maria Amália Vaz de Carvalho pela edição de Diamante.

Publicou o seu primeiro romance Um Dia Lusíada (Caminho, 2022) e, ao nível do ensaio publicou Nos Passos da Poesia (2006); Voltar a Ler (Gradiva, 2018); Poética com Dicção – 16 poetas brasileiros (Gato Bravo, Rio de Janeiro/Lisboa, 2021), Crítica Crónica – textos sobre educação, cultura e política (Guerra e Paz, 2021). No prelo: Linda de Guadalupe e Outros Contos (Caminho) e /i>Formas de Ler: 15 anos de poesia nova em Portugal (Caminho).



Inscrições até 31 de março, valor de 7€ ou 3€ para utilizadores inscritos nas Bibliotecas do Porto e para portadores do cartão Porto.
Limitado à lotação do auditório.
Inscrições AQUI



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